Por Bárbara Rodrigues
Maria Letícia, de 17 anos, tem paralisia cerebral, mas isso não afastou o seu sonho de se formar em psicologia. Ela faz hoje a prova do Enem na Universidade Estadual do Piauí, no bairro Pirajá.
A jovem chegou ao local acompanhada da mãe Francisca Olmita, que disse estar feliz com a conquista da filha em poder fazer a prova.
“Ela tem paralisia cerebral nível três, nasceu prematura de 27 semanas e é um orgulho para a gente, por tudo que conquistou. Ela é muito estudiosa, a vida é difícil, mas você tem que resistir e ela está aqui para conquistar o sonho dela”, afirmou.
Foto: Bárbara Rodrigues/ cidadeverde.com
Maria Letícia disse que está confiante com a prova. Ela já fez testes outras duas vezes, mas essa é a primeira vez que irá fazer valendo.
“Eu estou calma porque eu dei tudo de mim nesses meses, os meus professores ajudaram muito e estão no meu coração, amo eles, foram essenciais. A vitória não será só minha, mas também da minha família e dará tudo certo. Estou confiante”, disse a estudante.
Ela deseja conseguir entrar no curso de psicologia e espera conquistar nota máxima na redação.
“Biomas e tortura, acho que podem ser temas que vão cair. Essa é a primeira vez que faço valendo, mas como treineira fiz em 2022 e 2021. Fiz 720 em 2022 e 800 em 2021 e estou esperando 920 ou 1000 na redação desse ano. Estou confiante, mas com medo, mas a calma prevalece”, declarou.
Mãe acompanha filha especial até o local de prova do Enem
Por Adriana Magalhães
A dona de casa Auridete Albuquerque, acompanhou a filha Ana Carolina Albuquerque até a Universidade Estadual do Piauí, no campus Porta Torquato Neto, na zona Sudeste de Teresina.
Ana Carolina tem 21 anos e está concluindo o ensino médio este ano, numa escola da rede estadual no bairro Dirceu I, onde mora com a família.
A mãe contou ao Cidadeverde.com um pouco da trajetória de Ana Carolina. A jovem foi diagnosticada com deficiência intelectual quando tinha sete anos. As professoras do ensino fundamental alertaram a família que Ana estava com dificuldades na escola, e indicaram que buscassem ajuda de um psicólogo. Do psicólogo Ana foi encaminhada ao neuropediatra que diagnosticou Ana como uma criança atípica.
De lá até aqui a mãe deixou o trabalho para se dedicar integralmente à agenda da filha. Antes Auridete trabalhava como comerciária, no Centro de Teresina.
Com os olhos marejados de lágrima Auridete disse que sempre quis dar a filha a oportunidade que é dada a todas as crianças e adolescentes.
“Ela não vai poder dizer que não fez faculdade porque eu não permiti que ela fizesse o Enem. Permite e estou aqui ao lado dela. Se eu pudesse seria eu lá dentro a fazer a leitura da prova para ela”, relata a mãe.
Audite e o esposo tem um filho mais jovem, hoje com 17 anos, que está fazendo o Enem em outro ponto da aplicação de prova. Segundo a mãe, Ana Carolina deseja ser médica veterinária.
CIDADE VERDE
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